quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

TEXTO DE APRESENTAÇÃO

PROJETO COORDENADO PELA PROFESSORA DE HISTÓRIA CÍNTIA BRAGA E REALIZADO PELA TURMA DO 2° ANO DO ENSINO MÉDIO DO CESM
CARIACICA - 2008





– Monocultura: algumas versões a partir da História -





A história das políticas públicas responsáveis pelo desenvolvimento da economia no Brasil passa pelo problema da monocultura. Definida como:

Monocultura nada mais é do que a "cultura exclusiva de
um produto agrícola". Ou seja, o produtor só cultiva uma
espécie de planta. Este tipo de cultura acarreta sérios
problemas para o solo, como o desgaste e o empobrecimento
dos nutrientes pela absorção que as plantas fazem durante
o seu crescimento e a falta de manutenção correta no
plantio e replantio. A falta de diversidade de espécies também
contribui para a disseminação de pragas e alguns i
nsetos, que acabam por devorar a plantação, ou parte
dela, facilitando o uso de defensivos agrícolas (mais conhecidos
como agrotóxicos), que podem contaminar as plantas
e o solo, se não forem usados corretamente.
Bibliografia Consultada: Glossário de Ecologia - ACIESP
A monocultura no Brasil é marcada por um histórico de arbitrariedades permitida pela tradição patrimonialista[1] por parte do Estado brasileiro, que desde os primórdios esteve em defesa de uma oligarquia quase sempre composta pelos grandes latifundiários.
Com o tempo e os acontecimentos, esse quadro foi agravado por fatores que comprometeram a possibilidade de criação de uma economia dinâmica e diversificada, sem danos ao meio ambiente, e que promovesse a redução das desigualdades sociais.
Neste blog vamos discutir, por meio de textos calcados na pesquisa histórica, um tema que nos atinge na contemporaneidade, a saber – os impactos gerados pela monocultura no Brasil -. Vale lembrar que a monocultura se apresenta claramente como um problema em tragédias, tais como a recentemente ocorrida no Estado de Santa Catarina, em destaque regiões como a do Vale do Itajaí, marcadas pela monocultura, no século XIX com o café e atualmente com produtos como a banana.
A produção dos textos é resultado de pesquisas feitas pelos alunos e debates realizados em sala de aula, nos quais o trabalho de interdisciplinaridade contou com o auxílio de campos do conhecimento, tais como, a sociologia, as ciências políticas e a geografia. A turma foi dividida em dupla e cada grupo ficou responsável por problematizar um ponto referente ao problema da monocultura no passado e suas implicações no presente. Esperamos que nosso trabalho auxilie em pesquisas futuras e que sirva para tornar pública uma história que pode e deve ser (re) conhecida, (re)interpretada e (re)escrita sempre que possível.
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[1] O patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado.

Texto 1

Porque a monocultura é um problema?
(Natan Dias e Heverton Cruz)





É difícil acreditar que em um país de tão larga dimensão vem sofrendo com questão da monocultura, e o pior, este problema não é de agora, a monocultura está presente na história de nosso país. Se voltarmos um pouco veremos que o Brasil viveu vários ciclos ao longo de sua caminhada. Em cada um desses ciclos um setor foi mais privilegiado do que outro. Trouxe mudanças culturais, econômicas, políticas... Para a sociedade brasileira.
Alguns exemplos disso foram a cana-de-açúcar no período colonial, depois de certo tempo o café, a soja, e alguns outros com o passar dos anos. Esses produtos tiveram destaques para a economia brasileira e daí a importância para a sua plantação.
A prática do monocultivo na agricultura, ou seja, ter apenas um único tipo de espécie de planta em uma imensa área de terra é por si só, mortal. Pois representa a destruição das demais formas de vida, afetando ao clima, as plantas, os animais, o solo, e principalmente o ser humano. A monocultura pode até trazer benefícios para a economia, mas, traz por baixo das mangas uma série de problemas ambientais e sociais.
O solo, por exemplo, se torna empobrecido quando há a retirada da planta através da colheita, interrompendo desta maneira o processo natural de reciclagem dos nutrientes.
Outro efeito negativo é a plantação de eucalipto em grandes áreas. O eucalipto é também conhecido como “deserto verde”, nome denominado, pois ao seu redor não nasce nada, formando assim a retirada de animais desses locais, causando então um desequilíbrio no ecossistema. O eucalipto precisa de 30 litros de água por dia para crescer. Isso gera outro desequilíbrio, o hídrico, na natureza.
No Espírito Santo, a plantação de eucalipto trouxe diversos malefícios, pois vários agricultores destruíram a Mata Atlântica para a plantação da planta, e o resultado foi o desaparecimento de centenas de variedades vegetais e de animais do meio.
“Recentemente o presidente Luiz Inácio, assinou um acordo de cooperação bilateral para pesquisas e desenvolvimento de combustíveis produzidos com matéria orgânica, ou seja, os biocombustíveis. Tendo como a matéria principal a cana-de-açúcar”.
“O maior temor é que o interesse internacional pelo biocombustível seja tão grande que a cana-de-açúcar se torne uma cultura predominante de extensão ainda maior do que a da soja, que é responsável por 44% de toda área cultivada do país. A produção de óleo em larga escala também exigirá o cultivo de enormes extensões, e cada produtor tende a escolher uma única planta, para facilitar e baratear o plantio”.
Como podemos observar o governo com a ajuda de empresas incentivam a monocultura em nosso país, e não uma agricultura diferenciada e familiar.
Certamente voltaremos aos nossos tempos primórdios, de 500 anos atrás, onde tempo passou e o que mudou não foi absolutamente nada, e talvez demore a mudar.

Texto 2

"Quem levou pau foi o Brasil"
(Moisés Santos Nascimento & Vinícius Luiz)


Caesalpinia echinata Lamarck, mais conhecido como pau-brasil, arvore nativa da mata atlântica, que espantou os olhos dos portugueses quando chegaram ao Brasil, pela quantidade, e pelo o que a arvore oferecia. O Pau- Brasil explorado no começo do século 16 pelos portugueses, foi uma das primeiras atividades econômicas dos portugueses em solo Brasileiro. A sua importância era o tingimento que a madeira oferecia, uma cor vermelha, que na época era de difíciu acesso. A exploração era feita pelos índios, que recebiam mercadorias em troca, pra explorar e os portugueses levarem.
Apesar da grande exploração, esta monocultura, sustentou até os anos de 1800,que foi acabando devido a escassez do Pau-Brasil.
Este ciclo de comercio, onde portugal trazia mercadoria, os ìndios explorarem, e Portugal levava "Pau", restou na destruição da mata atlantica, que levou com ela mais de 6 mil especies de animais, 20 mil de vegetais, a extinção de espédies endêmicas, e hoje oque há é apenas 7% da mata total, ou seja, quem levou pau foi o Brasil.

Texto 3

Os problemas gerados pela Monocultura da Cana de Açúcar
(Jônatas e Stéfano)





Qualquer monocultura é uma doença, e a da cana-de-açúcar é uma delas. Nós somos contra a instalação de mais do que duas usinas de alcool em um município. Uma usina precisa de no mínimo 25 mil equitares de terra para ela produzir o mínimo paa dar lucros. A cana gera muita riqueza, mas apenas para os usineiros. A riqueza é conseguida porque o processo de produção inclui mão de obra barata. No processo de plantio e colheita é explorada a mão de obra do trabalhador rural, que naum recebem boas condições de trabalhos nem mesmo dignas. Sem contar o impacto ambiental toda á vegetação natural, destruirá todos seus rios, poluirá o ar em torno da cidade e provocará uma grande desertificação em sua região.

Texto 4

Problemas Trazidos pela Monocultura do Café
(Arthur e Estevão)





O café, apesar de ter sido muito importante para a economia do Brasil, o seu cultivo, ou seja, a monocultura do café trouxe e traz muitos problemas, sejam ambientais ou sociais.
Ela traz problemas ambientais pelo fato de se utilizar muito o solo, e sociais porque pode ocasionar vários problemas para as pessoas dessa determinada região rural.
O plantio antigamente era feito sem preparo e cuidados com a terra, além disso, as matas precisavam ser derrubadas, e as queimadas também eram bastante freqüentes, e esse tipo de plantio era baseado no trabalho dos escravos e era feto sem nenhum conhecimento necessário. Os resultados podem ser diversos, tanto como a perda da biodiversidade (através da derrubada de árvores, queimadas para tornar o local livre etc.), como também problemas que afetam a população como, entupimento de vertentes de rios e também de lagoas, e inundações de terrenos que afetam os pequenos produtores.

Texto 5

Problemas causados pela monocultura da soja no Brasil (texto adaptado)
(Ludhymilla e Hérica)





Desde a década de 1970 o produto que impulsionou a economia de exportação no Brasil foi a soja, introduzida a partir de sementes trazidas da Ásia e dos Estados Unidos. O modelo adotado para o plantio da soja foi a monocultura extensiva e mecanizada, provocando desemprego no campo e alta lucratividade para um novo setor chamado “’agronegócio”.
A soja hoje é o principal produto do agronegócio brasileiro. De toda forma a crescente demandada pela soja nos países e regiões importadas como, União Européia, China, Japão e Coreia resultará em uma forte expansão no mercado global e de seus subprodutos.
Fator decisivo para que se ocorra está tendência é a área ainda disponível para a expansão de culturas agrícolas no Brasil, estimada pelo Ministério da Agricultura entre 90 milhões e 106 milhões de hectares. Mas como toda boa monocultura tem impactos ambientais, essa não poderia deixar te ter.
Os maiores são: desmatamento, contaminação das águas, assoreamento dos rios e nascentes, perda da biodiversidade e de solos e outros impactos indiretos causados, sobretudo pela construção de infra-estrutura de escoamento da produção, como portos, hidrovias, ferrovias e rodovias. Portanto, monocultura é sim um problema gravíssimo que se tem que ser mudado. Nosso país é tão rico em produtos, podemos usar vários, e evitar maiores danos ao meio ambiente, promovendo assim a diminuição da concentração fundiária, uma das vilãs responsáveis pelo nosso subdesenvolvimento.

Texto 6

O terror do eucalipto
(Ramon e Felipe Oliveira)


Somos um país periférico. Vivemos das belezas naturais e de nossa biodiversidade. As empresas de eucaliptos estão acabando com isso.
Vamos parar em que mundo sem equilíbrio da cadeia ecológica. Qualquer plantio de eucalipto gera problemas sérios de desequilíbrio no índice de temperatura, umidade, pressão, velocidade do vento, água então nem se discute que é o terror no momento estamos vivendo. Sem contar o fato das doenças que essas plantações acarretam. Os vírus e bactérias estão matando humanos e animais por causa da destruição das nossas florestas.
Apenas os “pseudo brasileiros” apóiam essa situação em que nos colocaram as empresas responsáveis pela alta produção de eucaliptos no nosso país.
Essas empresas não deviam estar aqui no nosso país, que possui grandes belezas naturais, pois aqui só estão trazendo desgraças para a fauna e a flora. Essas plantações são um incentivo para o desmatamento. A monocultura do eucalipto representa um terror para nós brasileiros e para a natureza como um todo. O imediatismo das empresas produtoras faz com que os interesses econômicos falam mais alto do que a preservação da vida. È difícil ter esperanças de acreditar que um dia esse pesadelo irá se findar.

Texto 7

Por que a economia brasileira é marcada pela monocultura: um histórico de
arbitrariedade em defesa do patrimonialismo.
(Rodrigo e Adrielly)
A tradição da monocultura está presente no nosso país, desde a “descoberta” do pau-brasil, até os dias de hoje com a soja, o eucalipto e outras monoculturas o Brasil cresce economicamente com a monocultura como base agrícola.
Por trás de toda essa tradição, há interesses e expectativas. O patrimonialismo instaurado contribui para próprio interesse do Estado, por seguirem um modelo tradicional de política onde o povo acata o que o governo diz, o país considerado democrático é comandado por uma minoria que consegue manipular a economia para bem próprio. No caso, os grandes latifundiários são da elite governamental ou tem acordo com a mesma.
A questão é que a economia brasileira é marcada pela monocultura pelo fato de desde o início da história brasileira, haver donos de terras, e nenhum grupo das camadas populares conseguirem terra para si, suas revoltas eram sempre reprimidas.
O Estado, em nome das classes privilegiadas, manipula a economia da maneira mais lucrativa e o restante da população é esquecida. O Estado, que é uma instituição pública, torna-se uma instituição privada, desta forma os lucros ficam nas mãos de particulares e os prejuízos são socializados.

patrimonialismo
pa.tri.mo.ni.a.lis.mo
sm (patrimonial+ismo) Sociol Tipo de organização política em que as relações subordinativas são determinadas por dependência econômica e por sentimentos tradicionais de lealdade e respeito dos governados pelos governantes.
arbitrariedade
ar.bi.tra.ri.e.da.de
sf (arbitrário+dade) 1 Ato ou comportamento arbitrário. 2 O que é fora da regra ou da lei. 3 Abuso, capricho. 4 Despotismo.

Texto 8

Por que a monocultura é um problema para a Reforma Agrária?
(Filipe Santana Pimentel e Lucas Kinake Nogueira)
A monocultura é realmente um grande obstáculo no processo fundiário do país. Não há região que não tenha como marca de séculos de exclusão agrária. Por exemplo, pode-se citar a monocultura de cana-de-açúcar que ocupa quase todo o litoral nordestino, resultando em degradação do trabalho e concentração de terras. Até na metade do século passado a maioria das famílias moravam em engenhos.
Com a revolução tecnológica no campo, utilização de máquinas, etc. Essas famílias passaram a depender do trabalho da monocultura para sobrevivência. Ficaram sem terras e sem poder para praticar agricultura de subsistência. E pode-se observar isso no Nordeste, levando sérios prejuízos como: a degradação do meio ambiente e a redução de mão-de-obra, deixando assim desempregados.
As monoculturas avançam em imensas áreas, impõem degradação socioambiental e eliminam as reservas de água. Temos no Brasil imensas propriedades especializadas no cultivo de um só produto, com alta tecnologia, mecanização, pouca mão-de-obra. A reforma agrária dá oportunidade ás populações rurais carentes, os pobres camponeses que não tem condições algumas de prover sua subsistência. Ao mesmo tempo, ela desapropria terras improdutivas dos grandes proprietários.
A renda total da agricultura tem sido reduzida devido ao avanço da tecnologia que automatizou várias etapas do processo de produção e a monocultura vem sendo um problema para a reforma agrária devido a degradação do trabalho, ocupação de terras e impondo degradações ambientais.

Texto 9

Os impactos ambientais gerados pela prática da MONOCULTURA (texto adaptado)
(Júlio César e Francielly)
A prática da monocultura prejudica a fauna, pois espanta os animais, e a flora, pois torna a terra improdutiva. Derrubando uma grande área de cerrado ou outro qualquer ambiente pode se plantar soja, milho, cana-de-açúcar e outros. Os animais que vivem ao redor dessa mata tem dificuldade de se alimentar pela escassez de alimentos, dificultando assim a reprodução e não conseguem abrigos por conta da monocultura e do desmatamento ilegal das áreas invadidas.
Ainda há desvantagens econômicas por apresentar diversos riscos ao solo por se um cultivo de um só vegetal, trazendo doenças pragas á lavoura.
Exemplos desse cultivo: O eucalipto é um grande problema por que aonde se planta ele suga todos os nutrientes da terra deixando-a sem proteínas para as outras árvores que ali deveram ser plantadas após a retirada do eucalipto, porem causa ainda uma insustentável na economia da cidade.
Os problemas causados no meio econômico são desde da agricultura brasileira começando pela cana-de-açúcar ,quando houve uma concorrência e o Brasil teve q para de produzir a cana-de-açúcar pois também não lucrava mais, talvez se não tivesse sido uma monocultura o país não passaria por problemas econômicos.
Terra nós temos, temos condições climáticas e solos apropriados, só falta alguém tirar da cabeça que só se pode plantar condicionados por ciclos econômicos no território brasileiro.

Texto 10

Texto 10: Singular VS plural
(João e Rayana)
O termo monocultura está ligado intimamente à palavra latifúndio. Que unidos assim sempre leva a mensagem nas entre linhas: Concentração de terras, roubo, miséria para muitos, lucros para muitos.
Vamos utilizar a soja como exemplo. Entretanto poderia ser qualquer tipo de cultura, pois o desenvolvimento do latifúndio é o mesmo independente da semente plantada. O cultivo de soja, que teve seu início na parte centro-oeste do Brasil hoje Bate as portas da Amazônia. Pensou-se primeiramente que o cultivo soja não daria tão certo o Brasil, mas com os avanços genéticos novas espécies surgiram que se adaptaram muito bem ao clima Brasileiro. Por conta do crescimento das necessidades de exportação o Brasil está precisando produzir mais e mais. E como produzir mais?
É necessária, para maior produção, uma maior quantidade de terra, e foi nessa situação que se deu a “caminhada agrícola” em direção a floresta. Os grandes agricultores foram comprando, ou mesmo anexando as pequenas propriedades concentrando ainda mais a distribuição de terras. Os pequenos proprietários pensando em lucrar muitas vezes, por inocência, vendem suas terras a um preço baixíssimo.A desproporção de aparatos chega a ser covarde. Pois muitos proprietários de pequenas terras não têm o apoio do governo. Sem ajuda fica difícil competir com as grandes propriedades. Umas das soluções são as cooperativas. Pequenas propriedades se juntam e se organizam de modo a querer competir com as grandes. Mas para tanto é necessário informação, e a desinformação tem sido o maior inimigo do pequeno agricultor. Não adiantaria fazer reforma agrária agora, não do jeito em que o governo vem tratando essa política. Pois muito venderiam suas terras. Porque sem o apoio do governo ou pelo menos informação ( e isso também é responsabilidade do governo a :Educação) não há como competir com os Grandes. Mas, e quando não se quer vender a terra. Veja que para os grandes é vital expandir, então é preciso dar-se um jeito. E não são conjecturas. Quantos casos de assassinato por disputa de terras você já ouviu falar? E em quantos julgados e presos? Esse também e um dos problemas, o sistema vem protegendo os grandes. Como sobreviver aos tubarões? É necessário haver união, pois as cooperativas, que são a união de várias propriedades são uma das soluções mais viáveis.